Vamos escrever sobre o que nos apetecer, da forma que sentirmos, sem nunca pensarmos porque é que o continuamos a fazer...
Frase do Dia
- "Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão"
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
Pedalar
Uma das grandes questões existenciais:
Antes o último do primeiro pelotão do que o primeiro do segundo.
Parece fácil!?
Mas não é assim tão óbvio.
Antes o último do primeiro pelotão do que o primeiro do segundo.
Parece fácil!?
Mas não é assim tão óbvio.
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
Dividir
Os que sonham constroem o Mundo.
Os Outros limitam-se a copiar.
E assim se dividem as pessoas em dois tipos totalmente distintos.
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
Ser
Arrepio.
Naquela madrugada de cristal os sons ouviam-se mudos, como se tudo o que existe fosse fruto da nossa imaginação.
Enfrentando os pés quentes no orvalho da erva fresca, Respirei.
Respirei como se não houvesse fim.
Até sentir tonturas.
Até sentir dor de prazer na respiração.
Estava feliz.
Era eu. Sem ter de tentar.
E mesmo com o frio,
Mesmo com os cubos de gelo que encostaste à minha espinha,
Dolorosos, amargos, sem sentido,
Era eu.
Ser-se.
Coisa que já não consegues.
Tinhas medo...mas ficaste igual a todos os outros...
Assim...sem respirar o ar puro da manhã.
Naquela madrugada de cristal os sons ouviam-se mudos, como se tudo o que existe fosse fruto da nossa imaginação.
Enfrentando os pés quentes no orvalho da erva fresca, Respirei.
Respirei como se não houvesse fim.
Até sentir tonturas.
Até sentir dor de prazer na respiração.
Estava feliz.
Era eu. Sem ter de tentar.
E mesmo com o frio,
Mesmo com os cubos de gelo que encostaste à minha espinha,
Dolorosos, amargos, sem sentido,
Era eu.
Ser-se.
Coisa que já não consegues.
Tinhas medo...mas ficaste igual a todos os outros...
Assim...sem respirar o ar puro da manhã.
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
IR
Como se o ar me levasse, vou para onde o vento soprar.
De rompante ou mais lento, assim se fará um novo estado emocional. Puro, Fresco, Precioso.
Desta cidade vou, porque no campo se fazem Homens melhores e mais felizes.
Quando voltar pode estar tudo na mesma, pode ter mudado tudo... Na certeza porém, jamais me reconhecerei na mesma pessoa...A Natureza transforma, porque se transforma a ela própria...
E nós, não nos recriamos nem criamos nada, ficamos tão simples na nossa eternidade, naquele mundo à parte longe do Mundo, mais perto do Animal do que do Homem que tentamos a cada dia ser.
Ainda Bem.
Até breve.
De rompante ou mais lento, assim se fará um novo estado emocional. Puro, Fresco, Precioso.
Desta cidade vou, porque no campo se fazem Homens melhores e mais felizes.
Quando voltar pode estar tudo na mesma, pode ter mudado tudo... Na certeza porém, jamais me reconhecerei na mesma pessoa...A Natureza transforma, porque se transforma a ela própria...
E nós, não nos recriamos nem criamos nada, ficamos tão simples na nossa eternidade, naquele mundo à parte longe do Mundo, mais perto do Animal do que do Homem que tentamos a cada dia ser.
Ainda Bem.
Até breve.
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
Relembrar
Hoje relembrei estas palavras de um dos meus livros preferidos:
"Soube então que dedicaria todos os minutos que nos restavam juntos a fazê-la feliz, a reparar o mal que lhe fizera e a devolver-lhe o que nunca soubera dar-lhe. Estas páginas serão a nossa memória até que o seu último suspiro se apague nos meus braços e eu a acompanhe mar adentro, onde a corrente rebenta, para mergulhar com ela para sempre e poder finalmente fugir para um lugar onde nem o céu nem o inferno possam alguma vez encontrar-nos."
Carlos Ruiz Zaffon
Bicho
Vai o que me dói naquele arrepio que te entra pelo corpo e que te não aborrece.
O que te faz trémulo é o Bicho. Aquele Bicho que se estende pela tua pele da mesma forma quando outrora um outro alguém (que não Bicho) o fazia.
Pouco a pouco consumindo-te uma alma que amo, aquele germe inominável apodera-se.
Sem dares por isso, como quando deixamos uma porta aberta e o frio entra sem pedir, vai-se-te carcomendo pedaços teus e meus que, a pouco e pouco, fomos fazendo nossos. Vai-se alterando a tua expressão, vão-se alterando muitas coisas na vida sem dar-mos por isso.
Tudo deixa de ter aspecto, deixa de importar.
As coisas perdem a graça. Mas ah! Quase que me esquecia...
O Bicho faz companhia. Não nos sentimos sós. Sentimo-nos preenchidos por uma coisa qualquer, qualquer coisa que valha, que ocupe espaço.
Parece isto ser o mais importante.
Parece.
Mas não é.
O que te faz trémulo é o Bicho. Aquele Bicho que se estende pela tua pele da mesma forma quando outrora um outro alguém (que não Bicho) o fazia.
Pouco a pouco consumindo-te uma alma que amo, aquele germe inominável apodera-se.
Sem dares por isso, como quando deixamos uma porta aberta e o frio entra sem pedir, vai-se-te carcomendo pedaços teus e meus que, a pouco e pouco, fomos fazendo nossos. Vai-se alterando a tua expressão, vão-se alterando muitas coisas na vida sem dar-mos por isso.
Tudo deixa de ter aspecto, deixa de importar.
As coisas perdem a graça. Mas ah! Quase que me esquecia...
O Bicho faz companhia. Não nos sentimos sós. Sentimo-nos preenchidos por uma coisa qualquer, qualquer coisa que valha, que ocupe espaço.
Parece isto ser o mais importante.
Parece.
Mas não é.
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
Eu sim
Viver.
(Se é que me faço ouvir)
Viver é muito bom.
Viver é a melhor coisa do mundo, porque é a única coisa que Existe no mundo.
E é vivendo que nos damos conta que a vida aí existe
Viver é bom.
Seja de que maneira for,
Viver é muito bom.
Mesmo que ainda não saibas porque é que vives,
Mesmo que já tenhas gastado mais de metade da tua vivência a pensar nisso.
Pensa que viveste a pensar em alguma coisa, numa ideia feliz.
Isso só por si já é bom.
Por isso viveste.
Parabéns por isso.
Eu também vivi.
E vou continuar a viver,
Acreditando que a vida é eterna,
Como as crianças acreditam no pai natal ou no menino jesus.
(Se é que me faço ouvir)
Viver é muito bom.
Viver é a melhor coisa do mundo, porque é a única coisa que Existe no mundo.
E é vivendo que nos damos conta que a vida aí existe
Viver é bom.
Seja de que maneira for,
Viver é muito bom.
Mesmo que ainda não saibas porque é que vives,
Mesmo que já tenhas gastado mais de metade da tua vivência a pensar nisso.
Pensa que viveste a pensar em alguma coisa, numa ideia feliz.
Isso só por si já é bom.
Por isso viveste.
Parabéns por isso.
Eu também vivi.
E vou continuar a viver,
Acreditando que a vida é eterna,
Como as crianças acreditam no pai natal ou no menino jesus.
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Não (h)existe
Uma epidemia desassossegante flui como a raiva desce por nós quando nos fazem mal. Sentir esta nausea nauseabunda de viver pensado que se vive alguma coisa. Porque não se vive nada. Pensa-se que se vive, não se gastando mais tempo a pensar a vida do que a vivê-la. Viver é que é só por si não viver. Imaginar que temos o espaço e o tempo, quando não se tem. Isso é imaginar de mais. O tempo, o espaço, as coisas, as essências não existem. Conseguirmos até desconfiar da nossa própria existência é já dar à vida o apelido de sonho.e não te ponhas a pensar nisto. Não tem filosofia que sobeje. É assim porque é.
Num limbo tão seco de nada, numa casa tão vazia de pouca coisa, num povo que é farsa, que é nojo. Que é só alguma coisa tentando ser alguém. Não há vontade de ficar, há uma constante vontade de partir para qualquer sítio, longe deste desassossego que emociona, que entristece, que apodrece, que nos mantém vivos numa coisa que não queremos ser.Só queremos ver. Ver, porque isso anima a alma e deixa-a, por instantes, sossegada. Mas esquece, o limbo não se apoquenta, nunca. Está cá, mesmo quando a alma não está ou não quer estar.
Acordar em dias seguintes e contíguos unidos apenas pelo tempo, que não existe, e pelo espaço que se vê obrigado a existir,não existindo: é crime. Matar a alma com coisas metidas em becos de horas em chão e pântano... preferia ficar a dormir imaginando que vivia e não dormia.
Seria tentada a dizer que preferia não ter amanhã, sentir amanhã qualquer coisa entre o nada e o menos que nada...
Mas tem de ser, porque numa coisa ainda acredito: sossegar é morrer.
Isso não quero.
Enquanto ainda tiver esta curiosidade pelo amanhã, que é tão grande como o meu desassossego.
Vou continuar calada, embora que freneticamente a desejar viver isto que nem sequer existe.
Num limbo tão seco de nada, numa casa tão vazia de pouca coisa, num povo que é farsa, que é nojo. Que é só alguma coisa tentando ser alguém. Não há vontade de ficar, há uma constante vontade de partir para qualquer sítio, longe deste desassossego que emociona, que entristece, que apodrece, que nos mantém vivos numa coisa que não queremos ser.Só queremos ver. Ver, porque isso anima a alma e deixa-a, por instantes, sossegada. Mas esquece, o limbo não se apoquenta, nunca. Está cá, mesmo quando a alma não está ou não quer estar.
Acordar em dias seguintes e contíguos unidos apenas pelo tempo, que não existe, e pelo espaço que se vê obrigado a existir,não existindo: é crime. Matar a alma com coisas metidas em becos de horas em chão e pântano... preferia ficar a dormir imaginando que vivia e não dormia.
Seria tentada a dizer que preferia não ter amanhã, sentir amanhã qualquer coisa entre o nada e o menos que nada...
Mas tem de ser, porque numa coisa ainda acredito: sossegar é morrer.
Isso não quero.
Enquanto ainda tiver esta curiosidade pelo amanhã, que é tão grande como o meu desassossego.
Vou continuar calada, embora que freneticamente a desejar viver isto que nem sequer existe.
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Natureza
Só me saem frases curtas...
Hoje digo: Amo a Natureza, mas não a sei amar...
E fico triste, muito triste com isso.
Ela merecia,
Pelo menos isso.
Hoje digo: Amo a Natureza, mas não a sei amar...
E fico triste, muito triste com isso.
Ela merecia,
Pelo menos isso.
domingo, 28 de novembro de 2010
sábado, 27 de novembro de 2010
Espectáculo
Bate palmas,
porque isso nos mantém unidos.
Sorri,
que isso fortifica-nos.
Sensibiliza-te,
porque isso cria laços.
Abraça,
porque isso mantém-nos quentes.
Naquela sala de espectáculo, para sempre imortalizadas as nossas vivências, as nossas brincadeiras, a nossa Amizade.
Por isso,um dia sentiremos profunda saudade daquelas sextas à noite, em que, numa questão de horas, tornávamo-nos realizados.No regresso a casa encostados ao vidro frio, éramos: Pelas relações e pelas lições.
Assim se faz Gente.
porque isso nos mantém unidos.
Sorri,
que isso fortifica-nos.
Sensibiliza-te,
porque isso cria laços.
Abraça,
porque isso mantém-nos quentes.
Naquela sala de espectáculo, para sempre imortalizadas as nossas vivências, as nossas brincadeiras, a nossa Amizade.
Por isso,um dia sentiremos profunda saudade daquelas sextas à noite, em que, numa questão de horas, tornávamo-nos realizados.No regresso a casa encostados ao vidro frio, éramos: Pelas relações e pelas lições.
Assim se faz Gente.
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Escolher
De tão súbito,
Como o último suspiro nesta vida.
Deixámos de escrever.
Depois de sentirmos a vida fugir,
Num instante de respiração.
Vem a morte e o estar morto,
Vem o sentir-se fora de si.
Morrendo num sítio que ainda desconheço,
Chamarás pela vida, ou não.
Ao que consta de lá ninguém voltou,
Deve ser bom.
Por lá fica,
Se essa vida se te apetecer,
Mais do que esta
Como o último suspiro nesta vida.
Deixámos de escrever.
Depois de sentirmos a vida fugir,
Num instante de respiração.
Vem a morte e o estar morto,
Vem o sentir-se fora de si.
Morrendo num sítio que ainda desconheço,
Chamarás pela vida, ou não.
Ao que consta de lá ninguém voltou,
Deve ser bom.
Por lá fica,
Se essa vida se te apetecer,
Mais do que esta
Desejar
Desejar tão profundamente,
Não ligar,
Não atender a pedidos.
Desejar tão profundamente a indiferença.
Porque os diferenciados doem.
Desejar, desejar.
Porque só se começa a desejar,
Quando uma coisa,
Que outrora foi nossa,
Começa a tornar-se indesejável.
É isto desejar.
E por isto desejar é bom,
E por isto desejar é mau.
Não ligar,
Não atender a pedidos.
Desejar tão profundamente a indiferença.
Porque os diferenciados doem.
Desejar, desejar.
Porque só se começa a desejar,
Quando uma coisa,
Que outrora foi nossa,
Começa a tornar-se indesejável.
É isto desejar.
E por isto desejar é bom,
E por isto desejar é mau.
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Português e Língua Portuguesa
Odeio Português.
Amo a Língua Portuguesa.
Levados como carneiros... Seremos um dia como os pensamentos de Caeiro, pouco alienados, restritos e acima de tudo como utopias infelizes.
Começa a estar na hora de lançarmos os espíritos ao lugar que lhes pertence.
Ao além.
Sejamos por uma vez livres.
Não sendo nas ruas, que seja no papel.
Amo a Língua Portuguesa.
Levados como carneiros... Seremos um dia como os pensamentos de Caeiro, pouco alienados, restritos e acima de tudo como utopias infelizes.
Começa a estar na hora de lançarmos os espíritos ao lugar que lhes pertence.
Ao além.
Sejamos por uma vez livres.
Não sendo nas ruas, que seja no papel.
terça-feira, 23 de novembro de 2010
Esperar
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Ao paralelo que me chama "sensível"
Numa daquelas manhãs amarelas, que mesmo claras não inspiram qualquer felicidade...entrei pela porta daquele edifício, a que um dia viria a chamar Casa.
De cabeça erguida, mas profundamente desmotivada, com uma camisa branca e umas calças pretas entrei naquela sala e sentei-me ao teu lado.
Aparentemente um rapaz com nervosismo miudinho, disperso, desatinado pelo sua perfeita disciplina. Quem sabe atento, mas o seu olhar não me dizia grande coisa. Era seco. Mal sabia o que dali viria.
Nesse dia fui capaz de sair sem saber o teu nome... Que importava? Não sabia nem o teu nem o de quase ninguém. E quando as pessoas não nos dizem nada inicialmente, temos tendência a colocá-las numa caixa fechada, no limiar de nós mesmos. Mal. Mas vá lá, esta não se fechou...
Semanas mal passadas no início. E por isso tu, tal como outras pessoas foram como peças de mobília, de um lar que não tinha vontade de construir.
Um dia um bichinho entrou-me, fulminante, pela entranhas. Foi numa aula de português. Ninguém se revelava muito e a tua intervenção, por muito brilhante que tenha sido, passou quase despercebida. Mas para mim não. Aquela tua frase parafraseada da obra de Camões foi como uma epifania. Senti-me ir ao céu... Foi um orgasmo literário. Rendi-me nesse momento.
A aproximação não foi fácil, mas foi natural. Tão natural, que ainda hoje nos revelamos como eternas novidades um ao outro.
As tuas adorações quase obscenas por algumas das figuras que marcaram este país, deixavam-me louca. Irritada. Era capaz de exultar tudo o que me vinha de ti, numa frase ríspida e intolerante. Mas calma, a curiosidade nesse ponto falou mais alto, fui capaz até, de ouvir com atenção, o que para mim eram barbaridades. (ai o silêncio, o silêncio das mulheres do Aristóteles).
Sempre me fascinou o teu poder imaginativo, o teu silêncio sábio, o teu riso primeiro tímido depois mais solto. Foi pouco a pouco, mas com muita intensidade que a minha admiração por ti se foi revelando.
As memórias destas vivências de três anos ficam guardadas em nós, livres como nós mesmos. Mas o que escrevo de ti para ti é eterno e inesgotável como o infinito no limite exponencial.Não me canso, não me cansas e isso é o que de mais belo há em nós.
O que mais desejo para ti é que sejas Feliz. Na tua tão pura racionalidade honesta, que vás mais longe que Kant, que escrevas melhor que Reis, que comandes melhor que os teus ídolos, que saibas mais, muito mais que o Marcelo Rebelo de Sousa. Não te preocupes, para tudo isto...só precisas de ser tu mesmo.
Gosto de Ti.
E estou feliz porque abri ao Mundo a caixa onde te tinha guardado.
Continuamos?Assim o espero, saberás melhor que eu que a vida é efémera e passageira.
domingo, 21 de novembro de 2010
Apologia ao amigo Reis
Ricardo Reis, um dos heterónimos de Fernando Pessoa terá nascido em 1887, tendo sido apenas, em 1912 mostrado ao Mundo pela mão do ortónimo.
Mais baixo que Caeiro, de um moreno mate, seco mas forte, com uma educação rígida num colégio jesuíta é o homem que exulta a monarquia, o classicismo e a disciplina.
Ao nível das suas características informais destacam-se várias, que numa compilação una e coesa, desenham o denso panorama anímico do médico.
O neopaganismo é um domínio que o caracteriza. Acreditando nos deuses da antiguidade grega e rejeitando o cristianismo (A crença nos deuses é uma fé de uma espécie inteiramente diferente da fé cristã), por este constituir um impasse à vivência real e objectiva, não deixa de ver no que o rodeia, o divino. Para Reis, deus não é uma essência, não é uma entidade individual e afectiva, é um ser múltiplo, uma metáfora do Mundo.
A crença e aceitação do Fado, o cumprimento plácido dos desejos do Homem, com base na autodisciplina, ditam em suma duas características facilmente confundíveis: o epicurismo e o estoicismo.
No epicurismo, bebendo do seu pai Epícuro, o poeta, persegue numa indiferença ataráxica os seus mais profundos desejos. Embora se verifique nesta perspectiva, uma ambição de viver por inteiro, Reis através dos ensinamentos estóicos/neoclassicos impõe a si mesmo a disciplina que o moderando, impede o seu sofrimento, o compromisso e a sua ligação a paixões e a coisas inúteis: Abdica / E serás rei de ti próprio.
A sua educação assume assim um papel autoritário nesta relação que, o "eu" íntimo estabelece com a vida e com o Mundo.
Temáticas como a efemeridade e brevidade da vida, a precariedade do Homem, a Natureza, a sua impotência enquanto médico, remetem de uma forma geral para a fragilidade do Homem, perante o destino, a força superior Desenlacemos as mãos, não vale a pena cansarmo-nos.
Numa perspectiva de superar todas as angústias, que progressivamente vão surgindo, o sujeito poético refugia-se nas odes clássicas e na falsa felicidade pagã partilhada com Horácio.
Quanto ao nível das características formais, que criam a estrutura de base ao raciocínio Real verificamos: uma escrita erudita (Reis escreve melhor que o próprio Pessoa), regular na rima e na métrica, rica ao nível da classe de palavras e figuras de estilo. É caracterizada ainda pela falta de dinamismo, existência de monólogos estáticos que, enfatizam o carácter contemplativo do eu poético perante a Vida.
Estão presentes elementos do latim e da antiguidade grega: "Lídia".
Por tudo isto e muito mais, Ricardo Reis é em suma apologista da procura e satisfação dos desejos do Homem, sendo esta desapegada, calma e sincera. É nesta aceitação tranquila do eu, do Mundo e da Natureza que se vislumbra, por momentos, a possibilidade de ser Feliz.
sábado, 20 de novembro de 2010
Julgar
Julgamentos entram-nos vírus. Espalhando-se pelo corpo consomem-nos, pouco a pouco, a alma Humana que tivemos um dia, no passado.
Amarrando-nos a nós próprios com estas correntes de aço, deixamos progressivamente de agir. Alienando-nos pelo vislumbrar do espectáculo, sem graça, que o Mundo oferece.
Há quem fique mais agressivo, outros mais tristes, outros para sempre fechados em si mesmos, outros ainda profundamente racionais... Qualquer coisa como isto... não importa. ficando só, sem Humanidade alguma. Porque o Homem natural é mediamente agressivo, mediamente contente, sociável e verdadeiramente, pouco racional.
Julgando julgando, com todos esses processos dentro de nós, começamos a ser um amontoado de acórdãos de casos infindáveis... somos um pedaço de coisa alguma ou coisa nenhuma... Como todos os casos jurídicos: extensos, tristes e sem solução.
Quem julga as pessoas não tem tempo para ama-las.
( Madre Teresa de Calcutá )
Amarrando-nos a nós próprios com estas correntes de aço, deixamos progressivamente de agir. Alienando-nos pelo vislumbrar do espectáculo, sem graça, que o Mundo oferece.
Há quem fique mais agressivo, outros mais tristes, outros para sempre fechados em si mesmos, outros ainda profundamente racionais... Qualquer coisa como isto... não importa. ficando só, sem Humanidade alguma. Porque o Homem natural é mediamente agressivo, mediamente contente, sociável e verdadeiramente, pouco racional.
Julgando julgando, com todos esses processos dentro de nós, começamos a ser um amontoado de acórdãos de casos infindáveis... somos um pedaço de coisa alguma ou coisa nenhuma... Como todos os casos jurídicos: extensos, tristes e sem solução.
Quem julga as pessoas não tem tempo para ama-las.
( Madre Teresa de Calcutá )
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Sangue
Era como abrir um pouco de mim.
Pelo respirar seco daquelas páginas virtuais,
Caiu-me por terra uma esperança há muito plantada...
Ele tinha escrito...
Estudos psicológicos indicam que paixões muito intensas duram entre 2 a 3 anos (...)
Era saber do que se tratava, sem o querer viver.
Recordava, para não querer:
Isto.
A angústia foi tão grande,
Que senti.
Deslizando, pelas entranhas...
Uma lágrima de sangue fruiu por mim
Pelo respirar seco daquelas páginas virtuais,
Caiu-me por terra uma esperança há muito plantada...
Ele tinha escrito...
Estudos psicológicos indicam que paixões muito intensas duram entre 2 a 3 anos (...)
Era saber do que se tratava, sem o querer viver.
Recordava, para não querer:
Isto.
A angústia foi tão grande,
Que senti.
Deslizando, pelas entranhas...
Uma lágrima de sangue fruiu por mim
domingo, 7 de novembro de 2010
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Desconhecido
Queria conhecer um Desconhecido,
Casar com ele talvez.
Ter filhos de um Desconhecido,
Quem sabe,
Podia ser Feliz...
Era não o conhecer a ele
Nem ter de me conhecer a mim,
Porque era para Ninguém,
Não tendo de ser alguém.
Era acordar e não dar satisfações,
Era chegar, sem preparar refeições.
Que importava tudo isso?
Ele não me conhecia,
O que mais sabia, nada lhe valia.
Se quisesse chorar,
Choraria.
Se quisesse esbofetear,
Esbofetaria.
Ele simplesmente não me conhecia.
Era Ser sendo verdadeiramente,
Sem medo.
Era poder bater com a porta,
Ou correr para uns braços ternos.
Era apresentar à família
Como amigo ou marido.
Era dizer tudo sem o perigo de ser magoado
Era fazer, sem ver pecado.
Que tal?
Parece-te bem?
...
A mim também.
Vamos tornar-nos Desconhecidos,
E fazer deste poema o nosso desconhecimento,
Para que nunca nos conheçamos verdadeiramente.
Isso dói. Muito.
Casar com ele talvez.
Ter filhos de um Desconhecido,
Quem sabe,
Podia ser Feliz...
Era não o conhecer a ele
Nem ter de me conhecer a mim,
Porque era para Ninguém,
Não tendo de ser alguém.
Era acordar e não dar satisfações,
Era chegar, sem preparar refeições.
Que importava tudo isso?
Ele não me conhecia,
O que mais sabia, nada lhe valia.
Se quisesse chorar,
Choraria.
Se quisesse esbofetear,
Esbofetaria.
Ele simplesmente não me conhecia.
Era Ser sendo verdadeiramente,
Sem medo.
Era poder bater com a porta,
Ou correr para uns braços ternos.
Era apresentar à família
Como amigo ou marido.
Era dizer tudo sem o perigo de ser magoado
Era fazer, sem ver pecado.
Que tal?
Parece-te bem?
...
A mim também.
Vamos tornar-nos Desconhecidos,
E fazer deste poema o nosso desconhecimento,
Para que nunca nos conheçamos verdadeiramente.
Isso dói. Muito.
sábado, 30 de outubro de 2010
Às vezes
Às vezes é tão fundo,
que custa regressar.
Às vezes somos felizes,
lá no sossego desse canto.
Às vezes dá-nos para rir,
De vez em quando,
Talvez uma lágrima brote.
Às vezes,
Quase nunca nos perdemos.
Às vezes,
Quase sempre nos encontramos.
Às vezes tudo isso.
Mas às vezes sim,
Às vezes parece mesmo que sentimos,
Parece mesmo que vivemos,
Por um segundo, o que pensamos.
Às vezes somos outro qualquer,
mas nesse sítio de "Às vezes"
Somos só nós e a imaginação,
Tentando ser o que não somos
Fugindo do que fomos;
Fingindo lá vamos sendo.
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Blogue
Novo blogue a não perder!!
Em construção.
Vai encontrar o lugar onde dois miúdos ambiciosos, de origens geográficas distintas, com uma necessidade ameaçadora de criticar tudo em volta escrevem escrevem e não se calam...só para tentar, no meio de tanta palavra alheia deixar um rasto, por muito pequeno que seja, nesta sociedade...
http://mediotutissimusibis.blogspot.com/
Esteja atento
Em construção.
Vai encontrar o lugar onde dois miúdos ambiciosos, de origens geográficas distintas, com uma necessidade ameaçadora de criticar tudo em volta escrevem escrevem e não se calam...só para tentar, no meio de tanta palavra alheia deixar um rasto, por muito pequeno que seja, nesta sociedade...
http://mediotutissimusibis.blogspot.com/
Esteja atento
domingo, 17 de outubro de 2010
Surdamente Silencioso
Encostando o ouvido na porta,
Oiço-me dormir.
Tão profundamente, respirando.
Habitualmente
Pelo sono tardio.
Caminhando pelos corredores infinitos,
Desta casa, vazia,
Tão cheia de si.
Correndo o risco de fazer o chão ranger,
Faço por me notar,
O que é inútil.
Neste lugar, até as paredes calam.
Tudo está surdamente silencioso.
As figuras dos pergaminhos,
Aproveitam para fazer os rituais.
Os olhos dos quadros reviram de cansaço
As cartas que escrevi,vão apagando as suas letras,
Uma a uma.
Por esta noite dentro,
Tudo se revolta num silêncio profundo.
Continuamos a dormir.
A roupa que não arrumámos,
Espraia-se mais pelo chão.
As televisões chovem,
Um papel cai em cima da tinta do dia anterior.
As madeiras chiam, dando por pretexto
O frio do Outono que já chega.
Tudo está surdamente silencioso.
Silêncio.
Mas nessa mudez,
Viro-me na cama.
Abrindo os olhos sem notar,
Vejo as horas:
3:07 da manhã.
Apago as minhas luzes.
Nada do que está importa ou importou,
Só o amanhã nos faz falta.
O relógio da sala,
Decide bater,
Por já ser hora de um novo dia.
O hoje já é amanhã.
Agora, pelo rebuliço,
Acordo com um trabalho manchado,
Uma roupa escolhida.
Mas não importa.
O que me não pertencia.
Agora já é meu.
Era só o amanhã que eu queria.
Oiço-me dormir.
Tão profundamente, respirando.
Habitualmente
Pelo sono tardio.
Caminhando pelos corredores infinitos,
Desta casa, vazia,
Tão cheia de si.
Correndo o risco de fazer o chão ranger,
Faço por me notar,
O que é inútil.
Neste lugar, até as paredes calam.
Tudo está surdamente silencioso.
As figuras dos pergaminhos,
Aproveitam para fazer os rituais.
Os olhos dos quadros reviram de cansaço
As cartas que escrevi,vão apagando as suas letras,
Uma a uma.
Por esta noite dentro,
Tudo se revolta num silêncio profundo.
Continuamos a dormir.
A roupa que não arrumámos,
Espraia-se mais pelo chão.
As televisões chovem,
Um papel cai em cima da tinta do dia anterior.
As madeiras chiam, dando por pretexto
O frio do Outono que já chega.
Tudo está surdamente silencioso.
Silêncio.
Mas nessa mudez,
Viro-me na cama.
Abrindo os olhos sem notar,
Vejo as horas:
3:07 da manhã.
Apago as minhas luzes.
Nada do que está importa ou importou,
Só o amanhã nos faz falta.
O relógio da sala,
Decide bater,
Por já ser hora de um novo dia.
O hoje já é amanhã.
Agora, pelo rebuliço,
Acordo com um trabalho manchado,
Uma roupa escolhida.
Mas não importa.
O que me não pertencia.
Agora já é meu.
Era só o amanhã que eu queria.
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Apelo
Que os rios da fluidez da mente te guiem.
Não torpeces em pegadas desdenhadas de ausência presente.
Não olhes a meios para atingir estados.
Procura sede eterna e não a felicidade.
Vê e não olhes.
Vive e não contenhas.
Pára e pensa:o Mal e o Bem estão na alma, não estão nos materiais nem por aí, como se diz.
Não torpeces em pegadas desdenhadas de ausência presente.
Não olhes a meios para atingir estados.
Procura sede eterna e não a felicidade.
Vê e não olhes.
Vive e não contenhas.
Pára e pensa:o Mal e o Bem estão na alma, não estão nos materiais nem por aí, como se diz.
Partilhar
-"Estou cheia de pressa"
-"Não não, agora não dá"
-"Manda por mail que depois dou uma vista de olhos"
-"Ok, ok... Depois mando mensagem a avisar"
-"Só posso mesmo até as 18:30"
-"Podes-te despachar se faz favor"
-"Lá está ele a falar de coisas que não interessam para nada"
-"Segunda tenho ténis, terça equitação, quarta tenho de dar banho aos meus irmãos, quinta tenho de estudar para o teste de sexta... por isso talvez nos vejamos lá para o fim de semana"
-"Que tal um cafezinho de 5 minutos?"
Tão, tão profundamente encafuados no nosso mundo e nos nossos afazeres... que de repente, a vida deixou de "se passar", passando apenas.
Hoje apetece-me partilhar; partilhar aquilo que a partilha às vezes não me dá. Façamos uma pausa e partilhemos o que de melhor se vislumbra na partilha: O dar do nosso tempo.
-"Não não, agora não dá"
-"Manda por mail que depois dou uma vista de olhos"
-"Ok, ok... Depois mando mensagem a avisar"
-"Só posso mesmo até as 18:30"
-"Podes-te despachar se faz favor"
-"Lá está ele a falar de coisas que não interessam para nada"
-"Segunda tenho ténis, terça equitação, quarta tenho de dar banho aos meus irmãos, quinta tenho de estudar para o teste de sexta... por isso talvez nos vejamos lá para o fim de semana"
-"Que tal um cafezinho de 5 minutos?"
Tão, tão profundamente encafuados no nosso mundo e nos nossos afazeres... que de repente, a vida deixou de "se passar", passando apenas.
Hoje apetece-me partilhar; partilhar aquilo que a partilha às vezes não me dá. Façamos uma pausa e partilhemos o que de melhor se vislumbra na partilha: O dar do nosso tempo.
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Um pouco sobre Pessoa e a sua "dor de pensar"
Não há felicidade senão com conhecimento. Mas o conhecimento da felicidade é infeliz; porque conhecer-se feliz é conhecer-se passando pela felicidade, e tendo, logo já, que deixá-la atrás
Livro do Desassossego de Bernardo Soares
Fernando Pessoa foi o Poeta do século XX, influente e influenciado pelo movimento modernista, vemos na sua escrita vanguardista marcas profundas desta corrente artística, nomeadamente a necessidade de intelectualização constante de tudo o que o rodeia.
Enquanto pensador, podemos destacar três principais temáticas, sendo a "dor de pensar" aquela que, de certa forma, coordena e se impõe perante as outras duas. Este tema é abordado não só em poemas como "canta pobre ceifeira" e "gato que brincas na rua" como também é alvo da escrita do seu lúcido e sóbrio heterónimo Bernardo Soares (facto que é visível no parágrafo transcrito em cima, do livro do Desassossego).
Esta "dor de pensar" do poeta advém da incapacidade de conciliar a consciência e a inconsciência numa dinâmica produtiva, que na prática se explicita na impossibilidade de ser feliz e ao mesmo tempo aquilo que se revela, profundamente lúcido. Segundo Pessoa, esta relação paradoxal surge no seguinte raciocínio: para se ser feliz é necessário ter-se conhecimento disso, no entanto "o conhecimento da felicidade é infeliz" e por isso a felicidade implica ser-se infeliz.
É pela percepção desta inevitável conclusão, que Pessoa se sente irreversivelmente perdido, com necessidade obrigatória de fragmentação e dispersão (de onde surge a heteronímia). Não achando conciliação possível entre a profunda ambição de ser feliz e tudo o que a consciência implica, o poeta torna-se o eterno insatisfeito.
É através desta conjectura complexa, que os leitores se apercebem da genialidade deste Homem, tendo sido por isso considerado o maior crítico introspectivo da história da literatura.
terça-feira, 12 de outubro de 2010
Memórias
De brisas passadas,
Veio pelo silêncio da noite
Um primeiro sorriso conformado.
É verdade, amei-vos com força,
Com força de âncora,
Numa maré que nunca irão conhecer.
Senti-vos por breves instantes,
E no milésimo de segundo, sem a minha solidão,
Desejei voltar,
Voltar ao que fomos um dia.
Mas, o tempo é isto mesmo.
É feito de minutos sozinhos e horas acompanhadas.
Rápido percebi...
O meu lugar já não é aí.
Eu já pertenço aqui.
Fui construindo um Mundo,
E o que construí,
Já está bem longe daí.
Mas,
Agradeço.
Pude crescer.
Encerro este capítulo,
Que fechava a cadeado nas memórias.
Enfim... O coração abriu-se.
E já só me ficam os vossos sorrisos,
Que tanta piada, um dia achei.
Data:27/12/09
Veio pelo silêncio da noite
Um primeiro sorriso conformado.
É verdade, amei-vos com força,
Com força de âncora,
Numa maré que nunca irão conhecer.
Senti-vos por breves instantes,
E no milésimo de segundo, sem a minha solidão,
Desejei voltar,
Voltar ao que fomos um dia.
Mas, o tempo é isto mesmo.
É feito de minutos sozinhos e horas acompanhadas.
Rápido percebi...
O meu lugar já não é aí.
Eu já pertenço aqui.
Fui construindo um Mundo,
E o que construí,
Já está bem longe daí.
Mas,
Agradeço.
Pude crescer.
Encerro este capítulo,
Que fechava a cadeado nas memórias.
Enfim... O coração abriu-se.
E já só me ficam os vossos sorrisos,
Que tanta piada, um dia achei.
Data:27/12/09
Saudades
Têm-se saudades.
Mas porque se tem?
Por se ter de tê-las ou nunca as poder ter?
Saudades é aquilo que se tem quando não se tem.
Saudades é quando queremos morrer e algo nos mantém vivos.
Saudades é de mim, é de ti, é dos abraços e é do Mundo.
Saudades não é do tempo nem do espaço, é de mim por ti.
Saudade é querer tocar e já não lembrar o que isso é.
Saudade é não chorar, não rir, é parar.
Ficar bloqueado, sem Amor, sem ideias.
Só com saudades.
As saudades não estão nas coisas nem nos outros,
Estão em nós.
É aquilo de que te queres livrar
E não consegues,
Porque as saudades têm sempre eternas saudades tuas.
Data:12/08/09
Mas porque se tem?
Por se ter de tê-las ou nunca as poder ter?
Saudades é aquilo que se tem quando não se tem.
Saudades é quando queremos morrer e algo nos mantém vivos.
Saudades é de mim, é de ti, é dos abraços e é do Mundo.
Saudades não é do tempo nem do espaço, é de mim por ti.
Saudade é querer tocar e já não lembrar o que isso é.
Saudade é não chorar, não rir, é parar.
Ficar bloqueado, sem Amor, sem ideias.
Só com saudades.
As saudades não estão nas coisas nem nos outros,
Estão em nós.
É aquilo de que te queres livrar
E não consegues,
Porque as saudades têm sempre eternas saudades tuas.
Data:12/08/09
Pensar
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
Cego no espaço
Hoje ouvi a história de um cego que conseguia ouvir o espaço.
Pressentia a presença, a ausência.
Sentia a falta delas.
Por vezes implorava por elas.
Ouvi a história de um cego,
Mas quem me dera que muitos dos que vêem pudessem por um segundo ouvir o espaço ou quiçá a falta dele.
A mim...
Às vezes falta-me o espaço,
Outras vezes ando à procura dele.
Pressentia a presença, a ausência.
Sentia a falta delas.
Por vezes implorava por elas.
Ouvi a história de um cego,
Mas quem me dera que muitos dos que vêem pudessem por um segundo ouvir o espaço ou quiçá a falta dele.
A mim...
Às vezes falta-me o espaço,
Outras vezes ando à procura dele.
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Fernando Pessoa
Será então Fernando Pessoa o grande poeta, que irá preencher o espaço da frase do dia neste mês de Outubro!
Tenho de admitir que os leitores deste quase inóspito blog têm um gosto requintado e muita apurado.... Pessoa foi e é ainda sem dúvida o maior poeta desta nossa pátria que é a língua portuguesa.
Que Pessoa ortónimo e heterónimos possam preencher um espaço na nossa vida, encher-nos de um sentimento e de uma sede de viver, que o próprio poderá nunca ter experimentado...
Um muito obrigada
sábado, 2 de outubro de 2010
Corríamos
Nesses campos corríamos,
De almas desfraldadas de amargura,
Corríamos, como se não houvesse fim.
Por todo o lado
Aquela erva fresca,
Enchia os nossos pulmões,
De um ar inesgotável.
A mente esquecia a fome,
Porque éramos saciados na eternidade.
Corríamos,
Como nos sonhos,
Sem cansaço,
Sem ter a necessidade de pensar em algo.
Corríamos
E só isso nos interessava
Não sabendo sequer o que era o Interesse.
Quando ao fundo víamos a nossa ribeira,
Os nossos corações aceleravam.
As pernas numa agonia pacífica
Davam de si.
Num instante éramos
Adão e Eva,
Nus de si para si,
Correndo pelo Éden.
Estávamos tão apaixonados,
Não sabendo como, nem porquê
(Não que isso interessasse, porque nem isso sabíamos o que era).
Mas depois,
Depois veio o Desassossego...
E nunca mais lá voltámos.
De almas desfraldadas de amargura,
Corríamos, como se não houvesse fim.
Por todo o lado
Aquela erva fresca,
Enchia os nossos pulmões,
De um ar inesgotável.
A mente esquecia a fome,
Porque éramos saciados na eternidade.
Corríamos,
Como nos sonhos,
Sem cansaço,
Sem ter a necessidade de pensar em algo.
Corríamos
E só isso nos interessava
Não sabendo sequer o que era o Interesse.
Quando ao fundo víamos a nossa ribeira,
Os nossos corações aceleravam.
As pernas numa agonia pacífica
Davam de si.
Num instante éramos
Adão e Eva,
Nus de si para si,
Correndo pelo Éden.
Estávamos tão apaixonados,
Não sabendo como, nem porquê
(Não que isso interessasse, porque nem isso sabíamos o que era).
Mas depois,
Depois veio o Desassossego...
E nunca mais lá voltámos.
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
Mais que poder, sentir
Hoje
Foi por inteiro.
Do não poder
Passou-se ao mais que querer
E ao mais que sentir.
E Senti-me com sorte
Melhor, senti-me sortuda.
Diferente de qualquer dia,
Senti que a velha frase daquela música
"Ninguém ninguém poderá mudar o Mundo"
Deixou de fazer sentido, por um segundo.
Eu podia.
Incrivelmente, ainda posso.
Portanto,
Senti.
E meus amigos, vocês sabem como isso às vezes é tão difícil.
Foi por inteiro.
Do não poder
Passou-se ao mais que querer
E ao mais que sentir.
E Senti-me com sorte
Melhor, senti-me sortuda.
Diferente de qualquer dia,
Senti que a velha frase daquela música
"Ninguém ninguém poderá mudar o Mundo"
Deixou de fazer sentido, por um segundo.
Eu podia.
Incrivelmente, ainda posso.
Portanto,
Senti.
E meus amigos, vocês sabem como isso às vezes é tão difícil.
Não poder
Como se o tecto me pesasse
O cérebro a embrenhar-se, esmagando-se torcido,
Os músculos agonizando de terror.
E com isso...
Hoje não posso mais.
Não posso.
Estou cansada, mas sinto que nada fiz.
Inútil.
Triste por estar assim
Mas não posso.
Nem que peças por favor .
Pior,
Não quero que peças para não poder
Não quero que perguntes porque não posso,
Quero guardar para mim.
Mas, nem isso posso.
Não posso.
O cérebro a embrenhar-se, esmagando-se torcido,
Os músculos agonizando de terror.
E com isso...
Hoje não posso mais.
Não posso.
Estou cansada, mas sinto que nada fiz.
Inútil.
Triste por estar assim
Mas não posso.
Nem que peças por favor .
Pior,
Não quero que peças para não poder
Não quero que perguntes porque não posso,
Quero guardar para mim.
Mas, nem isso posso.
Não posso.
domingo, 26 de setembro de 2010
Por um segundo não fomos felizes
Naquele dia,
Àquela hora.
Era só...
Era só ter um segundo que fazia diferente,
Vivia diferente,
Abraçava diferente.
Era só ter um segundo que tudo se virava do avesso,
Tudo se fazia melhor,
Tudo se vivia mais intenso.
Era só um segundo na minha vida, e na tua.
Fazíamos da individualidade o conjunto,
Dos fracassos, as vitórias,
Da saudade a presença,
Do pensamento, o acontecimento.
Era só um segundo, só um.
Que nunca me concedeste.
Sabes que não choro pelo que foi, nem pelo que vem...
Mas esse segundo, era o nosso.
E nunca mais se farão desses relógios..
Àquela hora.
Era só...
Era só ter um segundo que fazia diferente,
Vivia diferente,
Abraçava diferente.
Era só ter um segundo que tudo se virava do avesso,
Tudo se fazia melhor,
Tudo se vivia mais intenso.
Era só um segundo na minha vida, e na tua.
Fazíamos da individualidade o conjunto,
Dos fracassos, as vitórias,
Da saudade a presença,
Do pensamento, o acontecimento.
Era só um segundo, só um.
Que nunca me concedeste.
Sabes que não choro pelo que foi, nem pelo que vem...
Mas esse segundo, era o nosso.
E nunca mais se farão desses relógios..
Sou eu que quero
Como um rodopio no coração.
Uma ausência que me cansou.
És ainda,
Esse espinho forte, duro e duradouro.
Que me matou.
Podia te querer arrancar de mim
Podia até continuar nesta ausência presente
Mas é indiferente,
A diferença que fazes em mim.
Como se vazia estivesse outra vez,
Pouco me importando com o verdadeiro significado disso.
Pouco querendo saber
Que afinal estou assim, porque assim escolhi.
Percebe...
Tu nem existes.
Eu é que gosto de me sentir assim.
Uma ausência que me cansou.
És ainda,
Esse espinho forte, duro e duradouro.
Que me matou.
Podia te querer arrancar de mim
Podia até continuar nesta ausência presente
Mas é indiferente,
A diferença que fazes em mim.
Como se vazia estivesse outra vez,
Pouco me importando com o verdadeiro significado disso.
Pouco querendo saber
Que afinal estou assim, porque assim escolhi.
Percebe...
Tu nem existes.
Eu é que gosto de me sentir assim.
sábado, 25 de setembro de 2010
a escolha
Descemos do realidade visível,
para vivermos o teatro do julgado bom...
Com a proximidade do fim,
os gestos serão quase sós e reduzidos a nada,
E no fim, já nem nos vamos querer lembrar,
porque fomos justos,
esperámos...e nada mudou, e por isso soubemos escolher.
E escolhemos não querer...não querer nada.
para vivermos o teatro do julgado bom...
Com a proximidade do fim,
os gestos serão quase sós e reduzidos a nada,
E no fim, já nem nos vamos querer lembrar,
porque fomos justos,
esperámos...e nada mudou, e por isso soubemos escolher.
E escolhemos não querer...não querer nada.
Macacos de imitação
Desce-se pelo Chiado
E lá estão eles.
Todos feitos símios
A pular sobre a calçada.
Ora se ouvem uns guinchos,
Ora se ouvem grunhidos mal entendidos
Tudo parecendo de animal.
Um pouco mais a baixo,
No eléctrico vinte e oito
Vão mais uns quantos, pendurados.
Macaqueando.
Na rua com o cavalo
Estão as tábuas de pedras rolantes
Com hominídeos miniatura.
Que já nem o Freestyle é autónomo.
Algodões emborrachados, pendurados
Naquelas orelhas mocas
Zumzumzam as mesmas coisas.
Não é uma mesma língua qualquer.
São as mesmas pedras a achincalhar
Os mesmos ritmos a predominar.
É imitação completa.
Se passar uma galinha, um desses animais recentes.
Ou um daqueles unicórnios cornudos,
Em plena Lisboa.
Lá vão eles “encocórados”
Fingindo desses animais se tratarem.
Com algum estilo se diga,
Com um certo charme.
Uma extrema capacidade.
O instinto de imitar está-nos tão por dentro
Como é certa a morte matar.
E lá estão eles.
Todos feitos símios
A pular sobre a calçada.
Ora se ouvem uns guinchos,
Ora se ouvem grunhidos mal entendidos
Tudo parecendo de animal.
Um pouco mais a baixo,
No eléctrico vinte e oito
Vão mais uns quantos, pendurados.
Macaqueando.
Na rua com o cavalo
Estão as tábuas de pedras rolantes
Com hominídeos miniatura.
Que já nem o Freestyle é autónomo.
Algodões emborrachados, pendurados
Naquelas orelhas mocas
Zumzumzam as mesmas coisas.
Não é uma mesma língua qualquer.
São as mesmas pedras a achincalhar
Os mesmos ritmos a predominar.
É imitação completa.
Se passar uma galinha, um desses animais recentes.
Ou um daqueles unicórnios cornudos,
Em plena Lisboa.
Lá vão eles “encocórados”
Fingindo desses animais se tratarem.
Com algum estilo se diga,
Com um certo charme.
Uma extrema capacidade.
O instinto de imitar está-nos tão por dentro
Como é certa a morte matar.
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
Quero ir para dentro de ti
Deixa-me ir para dentro de ti.
Deixa-me sentir o calor, o bater do teu coração
Deixa-me respirar com dificuldade as tuas entranhas,
Deixa-me ficar de olhos semicerrados a ver o tempo acontecer.
Deixa-me ir para dentro de ti.
Deixa-me ir, para que possa esquecer a Terra
Para que possa brincar o dia inteiro numa bola
Deixa-me ir, para não saber o que são os dias e as horas.
Mãe deixa-me ir para dentro de ti.
É urgente sentir a nostalgia,
Essa nostalgia que é estar dentro de ti.
Deixa-me aí ficar, sem medos, sem preocupações.
Mãe, deixa-me ser fraca por um dia e sentir tudo isto.
Depois, Mãe, deixa-me sair.
Para que o meu nascimento seja como um trauma nuclear,
Um acontecimento.
Um caso único.
Sim Mãe, por que às vezes também sou fraca e preciso que vejas em mim o Acontecer.
Que esse renascer de mim,
Saída desse casulo materno
Me faça maior.
Me torne capaz de ser menos eu sendo mais nós.
Porque sair de mim é conhecer-nos a nós
Entrar em nós, é conhecer-me a mim.
Mas Mãe, primeiro, quero ir para dentro de ti.
Deixa-me sentir o calor, o bater do teu coração
Deixa-me respirar com dificuldade as tuas entranhas,
Deixa-me ficar de olhos semicerrados a ver o tempo acontecer.
Deixa-me ir para dentro de ti.
Deixa-me ir, para que possa esquecer a Terra
Para que possa brincar o dia inteiro numa bola
Deixa-me ir, para não saber o que são os dias e as horas.
Mãe deixa-me ir para dentro de ti.
É urgente sentir a nostalgia,
Essa nostalgia que é estar dentro de ti.
Deixa-me aí ficar, sem medos, sem preocupações.
Mãe, deixa-me ser fraca por um dia e sentir tudo isto.
Depois, Mãe, deixa-me sair.
Para que o meu nascimento seja como um trauma nuclear,
Um acontecimento.
Um caso único.
Sim Mãe, por que às vezes também sou fraca e preciso que vejas em mim o Acontecer.
Que esse renascer de mim,
Saída desse casulo materno
Me faça maior.
Me torne capaz de ser menos eu sendo mais nós.
Porque sair de mim é conhecer-nos a nós
Entrar em nós, é conhecer-me a mim.
Mas Mãe, primeiro, quero ir para dentro de ti.
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Num instante de 3 anos
A história foi se escrevendo em pedaços de virtualismo.
De uma folha de papel, para uma post riquíssimo.
Primeiro de dia a dia, de vento em poupa. Depois longo, prolongado, mais maduro (assim parecia). De mês a mês, até se darem saltos por entre os anos.
Primeiro longo, com muito para dizer. Chegando ao reduzido, severo, porco.
Saltos sem chão, gritos sem dor... Era escrever na mente e apagar no coração.
Era infeliz de ter frio no Verão e calores no Inverno.
Era infeliz pela imaginação enjaulada, perseguida, arrebatada
Mas por fim... por ainda ser um princípio prometedor.
Ressuscita a alma, pelos tempos calados, dos tempos quiçá não vividos, desalmados, apodrecidos.
Renasci de mim num sopro fugaz, para ti... talvez.
Para ti, talvez... por não saber quem és.
Escrevendo, escrevendo estou, crescendo vou. Por aqui.
domingo, 19 de setembro de 2010
Hoje
Hoje apetece-me escrever muito
A pouco e pouco,
E um pouco de cada vez.
Hoje apetece-me ter tudo
De uma vez,
Por uma vez.
Hoje apetece-me silêncio
Na profundidade,
Com fingimento.
Hoje apetece-me arte
Na objectividade,
Com subjectivismo.
Hoje apetece-me amor
Num instante,
Para sempre.
Hoje apetece-me hoje
Agarrado a mim,
Já passou.
A pouco e pouco,
E um pouco de cada vez.
Hoje apetece-me ter tudo
De uma vez,
Por uma vez.
Hoje apetece-me silêncio
Na profundidade,
Com fingimento.
Hoje apetece-me arte
Na objectividade,
Com subjectivismo.
Hoje apetece-me amor
Num instante,
Para sempre.
Hoje apetece-me hoje
Agarrado a mim,
Já passou.
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Convenções
O povo diz que homem que é homem escarra no chão;
O padre diz que Santos são os que não usam preservativo;
O Rei diz que para ser um grande governador há que ter um filho homem;
A mãe diz que uma menina como deve ser não bebe;
O Juiz diz que é feio urinar na via pública;
O pai diz que quem se junta são as galinhas;
A etiqueta diz que o garfo fica do lado esquerdo e a faca do lado direito;
A cadeira diz que primeiro os idosos, depois as grávidas, as crianças e os homens;
O professor diz que só vence na vida quem estuda;
O filósofo diz que pensa logo existe;
A música diz que primeiro o dó, depois o ré, mi, fá, sol, lá e o si;
A parteira diz que primeiro o casamento depois os filhos;
O vizinho diz que primeiro vive-se sozinho depois acompanhado;
O escuteiro diz que primeiro estranha-se depois entranha-se;
ora se...
O verdadeiro Homem, não cospe na rua;
Os preservativos são essenciais aos países subdesenvolvidos, não havendo lá falta de Santos;
As mulheres são consideradas na generalidade melhores quando em cargos de poder;
O deck está cheio de meninas bêbedas;
1 em cada 3 pessoas que sai à noite pára na rua para aliviar as tensões excretoras;
2 em cada 5 casais estão juntos e não casados;
Grande parte da população mundial come apenas com um garfo ou mesmo com as mãos;
Vêm-se mais jovens a fingir que dormem do que jovens a dar lugar às pobres avós;
A maior parte dos licenciados estão no desemprego e o primeiro ministro (que é de certo bem pago) nem uma licenciatura tem;
O Dr. António Damásio pôs em causa a declaração de Descartes "penso logo existo";
As notas têm uma ordem, mas a desordem é que faz a melodia;
Os casamentos ainda se fazem, mas os filhos ficam por 1,5;
Existem namoros de 3 meses que rapidamente passam a convívios diários;
Todos os escuteiros que se conhecem, gostaram e nem chegaram a entranhar.
...
Que se lixem as convenções.
Quem inventou a convenção de que o mundo tinha de se guiar por elas?!
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Pulo
Pulo de chão em chão, gritando às tarefas e aos afazeres.
Um toque na porta do vizinho, um aperto de mão a um desconhecido, um olá a uma velha confidência, o adeus à desistência.
Pulando pulando num chão, que endurece por tanto pulo.
Aqui ali chamam por mim... corro desalmadamente em busca daquilo e daquele outro. Sempre pulando sempre pulando.
Um telefonema para fazer, o rosto a reviver. Cartas para escrever. Actividades para desenvolver. Só coisas para fazer.
Pulando vou, pulando estou. Sempre pulando.
Por ser pulando que a minha gente se entende.
Será hora do desentender?E deixar a calma uma vez sem nada fazer?
Pulando, pulando.
Mesmo na noite escura eu pulo, sozinha ou acompanhada nos sonhos.
Mas pulando vou respirando.
Pulando vou vivendo.
Feliz quando pulando.
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Vazio de Cheio
Estar vazia, de um vazio por dentro e por fora. De eu para tu, do Mundo para mim.
Vazio de vazio, de nada nem ninguém. Vazio de seco, oco, estéril.
Mas um vazio... E isso já por si é algo menos vazio do que o próprio.
Será a escolha certa este vazio de não saber sabendo? Ou o vazio do não saber fingir que sabe?
Questionaram-se muitos à cerca deste vazio imenso que assolou e assola a alma e o corpo.
E eu?Questiono para ele, por ele ou sem ele?
A verdade é que estou sem ele.... a escrita flui como se vazia estivesse saindo ainda assim cheia de mim mesma.
Não estou vazia.
segunda-feira, 31 de maio de 2010
Palavra que vem no dicionário
Lá vai o tempo em que escrevíamos para os outros.
Hoje escrevemos para nós, por não termos muitas vezes quem nos acompanhe.
E todos os poetas, todos os loucos, todos os vagabundos morrem disso mesmo, morrem da solidão a que esta sociedade os entrega.Pelas letras, pelos retratos imagéticos, pelas palavras sem jeito tentaram cada um à sua maneira gritar pela a agonia e por agonia aos quatro cantos telúricos. Mas ninguém os ouviu, ninguém os ouve... São sussurros distantes para esta pátria que enche a barriga de um Camões que morreu de fome...
Tenham compaixão pelos artistas, que já ninguém lhes ouve o pranto, tenham repúdio pela mediocridade piegas que vos encobre a cada dia e que vos estagna a alma e o cérebro.
Gente pequena, gente tão pequena em que me incluo. "Crescei e multiplicai-vos" diria Jesus Cristo... Mas não vos multipliques neste diletantismo amarelo e encardido...Fazei desta Terra, deste país, um melhor lugar para viver... onde se possa ser livre, onde se possa correr sem fuga, onde se possa brincar sem relógio, onde se possa escrever sem opressão, onde se trabalhe sem policiamento...
Chamam-lhe utopia?! Chamem-lhe o que quiserem
Na certeza porém, as utopias surgiram num dicionário de Homens que se olham ou muito, ou muito pouco ao espelho.
PS: O americano ainda se apanha... Troquem os dicionários com o (novo) acordo ortográfico
Hoje escrevemos para nós, por não termos muitas vezes quem nos acompanhe.
E todos os poetas, todos os loucos, todos os vagabundos morrem disso mesmo, morrem da solidão a que esta sociedade os entrega.Pelas letras, pelos retratos imagéticos, pelas palavras sem jeito tentaram cada um à sua maneira gritar pela a agonia e por agonia aos quatro cantos telúricos. Mas ninguém os ouviu, ninguém os ouve... São sussurros distantes para esta pátria que enche a barriga de um Camões que morreu de fome...
Tenham compaixão pelos artistas, que já ninguém lhes ouve o pranto, tenham repúdio pela mediocridade piegas que vos encobre a cada dia e que vos estagna a alma e o cérebro.
Gente pequena, gente tão pequena em que me incluo. "Crescei e multiplicai-vos" diria Jesus Cristo... Mas não vos multipliques neste diletantismo amarelo e encardido...Fazei desta Terra, deste país, um melhor lugar para viver... onde se possa ser livre, onde se possa correr sem fuga, onde se possa brincar sem relógio, onde se possa escrever sem opressão, onde se trabalhe sem policiamento...
Chamam-lhe utopia?! Chamem-lhe o que quiserem
Na certeza porém, as utopias surgiram num dicionário de Homens que se olham ou muito, ou muito pouco ao espelho.
PS: O americano ainda se apanha... Troquem os dicionários com o (novo) acordo ortográfico
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