Frase do Dia

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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Ao paralelo que me chama "sensível"


Numa daquelas manhãs amarelas, que mesmo claras não inspiram qualquer felicidade...entrei pela porta daquele edifício, a que um dia viria a chamar Casa.
De cabeça erguida, mas profundamente desmotivada, com uma camisa branca e umas calças pretas entrei naquela sala e sentei-me ao teu lado.
Aparentemente um rapaz com nervosismo miudinho, disperso, desatinado pelo sua perfeita disciplina. Quem sabe atento, mas o seu olhar não me dizia grande coisa. Era seco. Mal sabia o que dali viria.
Nesse dia fui capaz de sair sem saber o teu nome... Que importava? Não sabia nem o teu nem o de quase ninguém. E quando as pessoas não nos dizem nada inicialmente, temos tendência a colocá-las numa caixa fechada, no limiar de nós mesmos. Mal. Mas vá lá, esta não se fechou...

Semanas mal passadas no início. E por isso tu, tal como outras pessoas foram como peças de mobília, de um lar que não tinha vontade de construir.

Um dia um bichinho entrou-me, fulminante, pela entranhas. Foi numa aula de português. Ninguém se revelava muito e a tua intervenção, por muito brilhante que tenha sido, passou quase despercebida. Mas para mim não. Aquela tua frase parafraseada da obra de Camões foi como uma epifania. Senti-me ir ao céu... Foi  um orgasmo literário. Rendi-me nesse momento.

A aproximação não foi fácil, mas foi natural. Tão natural, que ainda hoje nos revelamos como eternas novidades um ao outro.

As tuas adorações quase obscenas por algumas das figuras que marcaram este país, deixavam-me louca. Irritada. Era capaz de exultar tudo o que me vinha de ti, numa frase ríspida e intolerante. Mas calma, a curiosidade nesse ponto falou mais alto, fui capaz até, de ouvir com atenção, o que para mim eram barbaridades. (ai o silêncio, o silêncio das mulheres do Aristóteles).
Sempre me fascinou o teu poder imaginativo, o teu silêncio sábio, o teu riso primeiro tímido depois mais solto. Foi pouco a pouco, mas com muita intensidade que a minha admiração por ti se foi revelando.

As memórias destas vivências de três anos ficam guardadas em nós, livres como nós mesmos. Mas o que escrevo de ti para ti é eterno e inesgotável como o infinito no limite exponencial.Não me canso, não me cansas e isso é o que de mais belo há em nós.

O que mais desejo para ti é que sejas Feliz. Na tua tão pura racionalidade honesta, que vás mais longe que Kant, que escrevas melhor que Reis, que comandes melhor que os teus ídolos, que saibas mais, muito mais que o Marcelo Rebelo de Sousa. Não te preocupes, para tudo isto...só precisas de ser tu mesmo.

Gosto de Ti.
E estou feliz porque abri ao Mundo a caixa onde te tinha guardado.
Continuamos?Assim o espero, saberás melhor que eu que a vida é efémera e passageira.

2 comentários:

David disse...

Sinceros Obrigados. Terás uma resposta à altura.

Gosto MUITO de Ti!

Aguarda algo à tua altura...

Unknown disse...

Ler este «Ao paralelo que me chama ‘sensível'» sobre a nossa Estrela da turma escrito pelo nosso querido Sol amarelo é já uma viagem alucinante no carrossel das memórias construídas ao longo destes três anos…
Imaginem agora estar a lê-lo enquanto ouvimos o ‘The Scientist’ dos Coldplay – que foi o caso! Absolutamente avassalador!
Como é que é David? Partimo-nos em cacos de emoção, certo? (Com aspas – senão é plágio).
Adorei!
Carolina