Há para lá daquele susurro das memórias uma música e um cheiro que se entranham como a realidade o faz com o tempo presente.
Essa melodia e odor sussurrantes não se caracterizam pelos habituais adjectivos da existência, porque tão simplesmente fazem parte de uma outra dimensão onde as forma e os brilho não se acompanham de legenda.
Tu desconheces os sons, os odores e a própria arquitectura das minhas memórias.
E eu, igualmente, desconheço os produtos mentais que alimentam as tuas sinestesias.
Ainda assim, há entre nós um espaço inventado, onde por obra cúmplice divina se modelam novas músicas, novos cheiros e memórias intrigantes que mais não são do que o resultado da fusão do nosso íntimo.
Neste espaço inventado que acedemos por portas inusitadas e fugazes reside a tua e a minha paz.
É o lugar que nos abriga das tempestades do pensamento e nos permite, sem restrições, o exercício do Amor.
Sempre que precisares desse nosso espaço, não hesites, há sempre lugar na infinitude da invenção...
(A imaginação tem destas coisas).
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