Movidos por momentos "nerds" obrigatórios, todos temos sido nestes últimos tempos ratos de biblioteca... Uns mais que outros, já se sabe, mas todos ("e coitadinhos de nós!") vamos sofrendo um pouco com esta literatura que nos é impingida, cuspida... como se de baldes de cuspo vivesse a alma.
Por ter surgido de uma forma distinta, (isto é, espontânea) daquela que surge essa literatura cuspida, partilho convosco um texto, cujo título ousa ser "Ensaio para um exame de patifes" (O querido Saramago que me perdoe o plágio "inocente"...e os "patifes" que me perdoem a denominação pouco estóica)
A palavra “viagem” corre, só por si, o Mundo inteiro. Nos diferentes idiomas o ser Humano expressa a sua vontade de partir para se encontrar a si e aos “outros”. Movidos por um impulso de fuga, por um chamamento divino ou mesmo porque a curiosidade é, e será sempre, o verdadeiro motor da nossa existência, partimos na busca da aventura, do conhecimento ou do sossego.
Também eu, amante das viagens, vejo sempre e em cada uma, a demanda do espírito que,me permitirá adquirir um novo tesouro, cujo conteúdo me é oferecido pelos novos povos com que contacto, pela cultura ou pelos elementos naturais distintos, dos que encontro no lugar a que chamo “casa”. O ganhar de uma nova visão sobre as distinções existentes entre as diversas culturas é dos aspectos que mais me atrai. Por exemplo, quando assistimos a uma celebração eucarística de uma diferente religião, num país também ele diferente, o conhecimento do outro e de uma outra divindade pode revelar-se uma experiência inesquecível. A gastronomia é, sem dúvida, outro factor interessante a considerar. Os portugueses afirmam-se um pouco por todo o Mundo neste domínio, no entanto, será nobre relembrar que a nossa riqueza, a nossa expressividade nesta arte está intimamente relacionada com as viagens realizadas num passado glorioso. Viajar para conhecer outras culturas gastronómicas é por isso, não só uma retoma de velhas práticas como também uma forma de alargarmos, ainda mais se possível, o nosso conhecimento.
Em suma, a viagem, para além de oferecer ao homem a possibilidade de se libertar de um “monótono dia a dia” ou de uma “ânsia de querer viver tudo”, permite um profundo contacto com outro. O outro que existe em cada nova experiência que vivemos e que nos deixa uma marca duradoura na memória e, quiçá, na vida.
Sem comentários:
Enviar um comentário