De passo a passo, subo por fim à tua janela pela porta de entrada.
Mal sinto os azulejos frios que escondem a tua história, o cheiro de um mofo confortável, familiar, de gerações e gerações de amor arrepiam os meus sentidos.
De pé ante pé, com o meu corpo a deambular pela tua infinita memória vivã, descubro cada recanto daquela casa a que chamas lar.
Dos livros tirei o pó e fiquei com as dedicatórias, com as gargalhadas e os entulhos das letras. Do chão de madeira tirei as pegadas e reconstruo na mente o teu trajecto de pequeno navegador.
Ai. Daquelas fotografias tirava as almas, mas delas só sai a cor, o sorriso, a mão calejada do avô e o sorriso terno da avó.
Infinito foi, infinito é sentir o cheiro da horta, a canção da terra. Aquele pedaço de gentes enterrado fez-se compor a melhor melodia de um trio amigo. No júbilo de reencontrarmos as origens, fortalecemos as nossas raízes e começámos a plantar a nossa própria terra.
O fogo e as gargalhadas daquela noite cessam quase por fim às dúvidas que tinha em amar-vos.
Mãos à obra.
Há falta de culturas destas!
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