Frase do Dia

  • "Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão"

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Pedalar

Uma das grandes questões existenciais:


Antes o último do primeiro pelotão do que o primeiro do segundo.

Parece fácil!?
Mas não é assim tão óbvio.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Dividir



Os que sonham constroem o Mundo.
Os Outros limitam-se a copiar.

E assim se dividem as pessoas em dois tipos totalmente distintos.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Ser

Arrepio.
Naquela madrugada de cristal os sons ouviam-se mudos, como se tudo o que existe fosse fruto da nossa imaginação.
Enfrentando os pés quentes no orvalho da erva fresca, Respirei.
Respirei como se não houvesse fim.
Até sentir tonturas.
Até sentir dor de prazer na respiração.

Estava feliz.
Era eu. Sem ter de tentar.

E mesmo com o frio,
Mesmo com os cubos de gelo que encostaste à minha espinha,
Dolorosos, amargos, sem sentido,
Era eu.

Ser-se.

Coisa que já não consegues.
Tinhas medo...mas ficaste igual a todos os outros...
Assim...sem respirar o ar puro da manhã.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

IR

Como se o ar me levasse, vou para onde o vento soprar.
De rompante ou mais lento, assim se fará um novo estado emocional. Puro, Fresco, Precioso.
Desta cidade vou, porque no campo se fazem Homens melhores e mais felizes.
Quando voltar pode estar tudo na mesma, pode ter mudado tudo... Na certeza porém, jamais me reconhecerei na mesma pessoa...A Natureza transforma, porque se transforma a ela própria...
E nós, não nos recriamos nem criamos nada, ficamos tão simples na nossa eternidade, naquele mundo à parte longe do Mundo, mais perto do Animal do que do Homem que tentamos a cada dia ser.
Ainda Bem.
Até breve.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Relembrar

Hoje relembrei estas palavras de um dos meus livros preferidos:
 
"Soube então que dedicaria todos os minutos que nos restavam juntos a fazê-la feliz, a reparar o mal que lhe fizera e a devolver-lhe o que nunca soubera dar-lhe. Estas páginas serão a nossa memória até que o seu último suspiro se apague nos meus braços e eu a acompanhe mar adentro, onde a corrente rebenta, para mergulhar com ela para sempre e poder finalmente fugir para um lugar onde nem o céu nem o inferno possam alguma vez encontrar-nos."

Carlos Ruiz Zaffon

Bicho

Vai o que me dói naquele arrepio que te entra pelo corpo e que te não aborrece.
O que te faz trémulo é o Bicho. Aquele Bicho que se estende pela tua pele da mesma forma quando outrora um outro alguém (que não Bicho) o fazia.
Pouco a pouco consumindo-te uma alma que amo, aquele germe inominável apodera-se.
Sem dares por isso, como quando deixamos uma porta aberta e o frio entra sem pedir, vai-se-te carcomendo pedaços teus e meus que, a pouco e pouco, fomos fazendo nossos. Vai-se alterando a tua expressão, vão-se alterando muitas coisas na vida sem dar-mos por isso.
Tudo deixa de ter aspecto, deixa de importar.
As coisas perdem a graça. Mas ah! Quase que me esquecia...
O Bicho faz companhia. Não nos sentimos sós. Sentimo-nos preenchidos por uma coisa qualquer, qualquer coisa que valha, que ocupe espaço.
Parece isto ser o mais importante.
Parece.
Mas não é.

Quando

Quando deixar de escrever:
É porque deixei de c(que)rer
Saber.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Eu sim

Viver.
(Se é que me faço ouvir)
Viver é muito bom.
Viver é a melhor coisa do mundo, porque é a única coisa que Existe no mundo.
E é vivendo que nos damos conta que a vida aí existe
Viver é bom.
Seja de que maneira for,
Viver é muito bom.
Mesmo que ainda não saibas porque é que vives,
Mesmo que já tenhas gastado mais de metade da tua vivência a pensar nisso.
Pensa que viveste a pensar em alguma coisa, numa ideia feliz.
Isso só por si já é bom.
Por isso viveste.
Parabéns por isso.
Eu também vivi.
E vou continuar a viver,
Acreditando que a vida é eterna,
Como as crianças acreditam no pai natal ou no menino jesus.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Não (h)existe

Uma epidemia desassossegante flui como a raiva desce por nós quando nos fazem mal. Sentir esta nausea nauseabunda de viver pensado que se vive alguma coisa. Porque não se vive nada. Pensa-se que se vive, não se gastando mais tempo a pensar a vida do que a vivê-la. Viver é que é só por si não viver.  Imaginar que temos o espaço e o tempo, quando não se tem. Isso é imaginar de mais. O tempo, o espaço, as coisas, as essências não existem. Conseguirmos até desconfiar da nossa própria existência é já dar à vida o apelido de sonho.e não te ponhas a pensar nisto. Não tem filosofia que sobeje. É assim porque é.
Num limbo tão seco de nada, numa casa tão vazia de pouca coisa, num povo que é farsa, que é nojo. Que é só alguma coisa tentando ser alguém. Não há vontade de ficar, há uma constante vontade de partir para qualquer sítio, longe deste desassossego que emociona, que entristece, que apodrece, que nos mantém vivos numa coisa que não queremos ser.Só queremos ver. Ver, porque isso anima a alma e deixa-a, por instantes, sossegada. Mas esquece, o limbo não se apoquenta, nunca. Está cá, mesmo quando a alma não está ou não quer estar.
Acordar em dias seguintes e contíguos unidos apenas pelo tempo, que não existe, e pelo espaço que se vê obrigado a existir,não existindo: é crime. Matar a alma com coisas metidas em becos de horas em chão e pântano... preferia ficar a dormir imaginando que vivia e não dormia.
Seria tentada a dizer que preferia não ter amanhã, sentir amanhã qualquer coisa entre o nada e o menos que nada...
Mas tem de ser, porque numa coisa ainda acredito: sossegar é morrer.
Isso não quero.
Enquanto ainda tiver esta curiosidade pelo amanhã, que é tão grande como o meu desassossego.
Vou continuar calada, embora que freneticamente a desejar viver isto que nem sequer existe.